sábado, 28 de junho de 2008

Garotos da Rua 13


Denominados pela imprensa como músicos de reggaeton, estilo que mescla o reggae jamaicano influenciado pelo hip hop, a dupla porto-riquenha Calle 13 vem aparecendo com grande destaque no cenário musical latino-americano.

Gênese

É composta por: René Pérez, conhecido por Residente, e seu meio irmão Eduardo Cabra, conhecido por Visitante. Seus apelidos provêm da identificação que tinham que dar ao segurança para entrar no setor onde ficavam suas casas. O nome da dupla, que em português significa Rua 13, provém do endereço onde cresceram em um subúrbio de seu país natal.
Sua irmã Ileana Cabra, apelidada PG-13, (uma classificação usada nos Estados Unidos para um filme não recomendado a menores de 13 anos) contribui em algumas músicas como a voz feminina.
Por crescerem rodeados por familiares artistas, sempre receberam incentivo para investirem nessa área. A mãe era atriz de teatro e o pai tocava piano em casamentos. Desde os seis anos, Visitante freqüentava as aulas de piano. “Durante meus últimos anos na escola, eu já tinha começado a tocar em bares”, relembra.
René é responsável pelas letras, enquanto Eduardo faz backing vocal e atua na parte instrumental. Mas no palco, não há divisões: são Calle 13, os expoentes do novo estilo urbano que venderam cerca de meio milhão de cópias de seu primeiro álbum.


Estilo

O rótulo colocado pela imprensa não é aceito pelos irmãos. René diz que o gênero musical de Calle 13 não se pode etiquetar em um só gênero e qualificou sua música como “alternativa urbana”. “Nós não somos reggaeton, mas também não fazemos rap. Fazemos uma música com estilo urbano”, enfatiza o Residente. No som da dupla pode se perceber uma mistura de rap com fusões de reggaeton e outras variantes. Jazz, cumbia, tango, salsa e até mesmo a bossa nova exercem influência no estilo dos músicos.
Na composição de suas letras, procuram abordar temas reais, ou seja, aqueles que fazem parte do cotidiano de seu povo. Questões sociais como emigração têm grande destaque, bem como a abordagem de assuntos com mulheres.
Já sofreram com a censura nas rádios. Quando compuseram Querido FBI não puderam toca-la nas principais emissoras do país. A letra consistia em uma carta ao Governo Federal escrita quando Filiberto Rios, líder de um movimento nacionalista popular, foi assassinado. No conteúdo da canção, pode-se observar uma indignação com palavras ofensivas aos que estão no poder: “Fucking cabron gobierno que permite esto/ Chorro 'e puercos, son todos unos insectos/Y por eso protesto/ Protesto por una masacre en Ponce/ Protesto por un Cerro Maravilla/ Y hasta por un septiembre 11”.
A dupla já gravou 2 discos: Calle 13, de 2005 e Residente, o Visitante, de 2007. Desde 2006, vem ganhando prêmios importantes do cenário internacional; entre eles 5 Grammy Latino. A faixa do primeiro disco, Atreveter-te-te, foi responsável por alavancar a carreira dos irmãos.



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