terça-feira, 29 de abril de 2008

MONARQUIA: O retorno do príncipe



Contemporâneo de figuras como Caetano Veloso e Chico Buarque, Ronnie Von era galã. Ele era mauricinho, amado pelas garotas, invejado pelos rapazes.E, para dizer a verdade, ele convencia mais como galã do que como músico. Recebeu, de Hebe Camargo, o apelido de Pequeno Príncipe. Agora, experiente não tem problemas com a alcunha, mas à época..."Aquilo me incomodava profundamente, mas acabei me acostumando com essa história de ser chamado assim, mas internamente a coisa era de uma rejeição brutal", desabafa o artista.


Jovem Guarda


Para ele esse movimento representou "uma revolução, uma modificação do comportamento social do mundo inteiro e a revolução sempre implica sangue, só que nesse caso não houve isso, foi uma revolução que mudou o comportamento do mundo inteiro, apenas com música"

É muito comum Ronnie Von ser enquadrado na turma do "iê-iê-iê", entretanto o cantor esclarece essa questão: "Eu nunca fiz parte da Jovem Guarda até porque eu era proibido de pisar no palco do programa Jovem Guarda. Segundo ele, era visto como um concorrente forte de Roberto Carlos e a TV queria boicotar seu sucesso. E para evidenciar essa rixa, afirma que a relação entre o Rei e o Príncipe era péssima.

Em 1966, o Príncipe assinou com a Record para apresentar o "Pequeno Mundo de Ronnie Von", programa que ajudou a apresentar ao grande público Os Mutantes, Jerry Adriani, o pessoal da Tropicália entre outros. Acredita que fora contratado para ser esquecido, para ficar em segundo plano, pois ele nem tinha uma grande equipe, um casting. As atrações que apareciam em seu programa, não iriam jamais ao Jovem Guarda, segundo o galã.


"Revolusongs": Psicodelia


Em 1968, Ronnie Von se cansou desse rótulo de galã, que conquistara com apenas dois LP's, e resolveu inovar. Com a ajuda do produtor e compositor Arnaldo Saccomani (atual jurado do programa "Ídolos", do SBT), saiu do estúdio com um disco considerado um "escândalo" para os padrões da época.

Lançou três álbuns experimentais, considerados os precursores da psicodelia nacional: Ronnie Von (1968), A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais (1969) e A Máquina do Tempo (1970). O artista abandonou seu lado pequeno príncipe e investiu pesado no rock psicodélico: "Os únicos discos que fiz da minha cabeça, que eram uma coisa mais experimental, mais psicodélica, underground, quase eletrônica, foram grandes fracassos de venda e quase acabaram com minha carreira", declara ironicamente.

Hoje, colhe os frutos de um trabalho rejeitado pelo público na época da Jovem Guarda, graças ao lançamento de um box de canções que o próprio cantor definiu como vanguarda demais para a época: "Se tivesse sido lançado hoje, talvez o álbum não fosse um fracasso monumental. Sou um homem de 10 milhões de cópias vendidas, mas na época vendi apenas 40 mil". O fracasso do álbum do ano de 1969 é atribuído à forte influência da música norte-americana e, em especial, dos Beatles e sua obra Sgt. Pepper's. Antes fracasso, agora cult, Ronnie conta que um amigo chegou a comprar a coletânea em Tóquio por cerca de 1.800 dólares.

Abaixo um presente para quem aprecia o trabalho desse ícone da música brasileira. O nosso príncipe cantando a volta em um programa de TV exibido em 1967. Até ...

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