sábado, 28 de junho de 2008

Garotos de Porto Rico no Brasil?


Em um post recente, divulgamos o trabalho da dupla Calle 13. Mas será que eles virão logo para as terras tupiniquins?

A divulgação da dupla no Brasil ainda é tímida. Os irmãos não têm muita pressa para se inserir no mercado fonográfico tupiniquim. Eles acreditam na difusão de música pela Internet, a qual torna democrático e acessível a todos. “Nós não somos um grupo muito de rádio. Somos algo pra ser pirateado, passado pela Internet e conhecido pelo boca-a-boca”, afirma Residente.

Para o próximo disco, eles tentam contar com algumas colaborações de artistas de grande sucesso como Amy Winehouse, Eminem, Kanye West, Beastie Boys e Manu Chao.

Após passar por diversos países da América Latina como Argentina, Colômbia e México, a turnê segue no mês de junho para a Suíça e Ilhas Canárias.

Portanto, nada de Brasil até o momento!

Vejamos então uma apresentação dos porto-riquenhos em Nova York!



Algo "bizarrón"!


Um figura bizarra vem ganhando espaço no cenário alternativo de São Paulo. A argentina Marina Eva, mais conhecida como Madame Mim, faz participãções em programas da MTV. Ela possui um quadro de fofocas denominado Bafón e participa como jurada no programa Quinta Categoria, aparesentado por Marcos Mion e Caze Peçanha.

A nova figura acaba d lançar seu cd: "Electric Kool-Aid". O disco apresenta um repertório de música eletreo, que segundo a cantora está em alta no mercado.

Quem quiser conferir Madame Mim poderá comparacer à Tete-a-Tete, festa realizada especialmentee para as lésbicas. A apresentação ocorrerá no sábado, dia 29.
Ainda no dia 10 de Julho, ela se apresentará no clube Vegas.

Hit da moça!





Festa Tête-à-Tête

Quando: 29 de setembro, a partir das 22h
Onde: Inferno Club (r. Augusta, 501)
Quanto: R$ 15 (mulher), R$ 25 (homem). Nome na lista (listatete@gmail.com): R$ 10 (mulher) e R$ 20 (homem)
Fone: 0/xx/11/3120-4140


Quando: 10 de julho, a partir das 22h
Onde: Vegas Club (r. Augusta, 705)
Quanto: R$ 30. Nome na lista (listavegas@hotmail.com): R$ 25
Fone: Tel: (11) 3231-3705
Faixa de Preço: até R$ 25

Garotos da Rua 13


Denominados pela imprensa como músicos de reggaeton, estilo que mescla o reggae jamaicano influenciado pelo hip hop, a dupla porto-riquenha Calle 13 vem aparecendo com grande destaque no cenário musical latino-americano.

Gênese

É composta por: René Pérez, conhecido por Residente, e seu meio irmão Eduardo Cabra, conhecido por Visitante. Seus apelidos provêm da identificação que tinham que dar ao segurança para entrar no setor onde ficavam suas casas. O nome da dupla, que em português significa Rua 13, provém do endereço onde cresceram em um subúrbio de seu país natal.
Sua irmã Ileana Cabra, apelidada PG-13, (uma classificação usada nos Estados Unidos para um filme não recomendado a menores de 13 anos) contribui em algumas músicas como a voz feminina.
Por crescerem rodeados por familiares artistas, sempre receberam incentivo para investirem nessa área. A mãe era atriz de teatro e o pai tocava piano em casamentos. Desde os seis anos, Visitante freqüentava as aulas de piano. “Durante meus últimos anos na escola, eu já tinha começado a tocar em bares”, relembra.
René é responsável pelas letras, enquanto Eduardo faz backing vocal e atua na parte instrumental. Mas no palco, não há divisões: são Calle 13, os expoentes do novo estilo urbano que venderam cerca de meio milhão de cópias de seu primeiro álbum.


Estilo

O rótulo colocado pela imprensa não é aceito pelos irmãos. René diz que o gênero musical de Calle 13 não se pode etiquetar em um só gênero e qualificou sua música como “alternativa urbana”. “Nós não somos reggaeton, mas também não fazemos rap. Fazemos uma música com estilo urbano”, enfatiza o Residente. No som da dupla pode se perceber uma mistura de rap com fusões de reggaeton e outras variantes. Jazz, cumbia, tango, salsa e até mesmo a bossa nova exercem influência no estilo dos músicos.
Na composição de suas letras, procuram abordar temas reais, ou seja, aqueles que fazem parte do cotidiano de seu povo. Questões sociais como emigração têm grande destaque, bem como a abordagem de assuntos com mulheres.
Já sofreram com a censura nas rádios. Quando compuseram Querido FBI não puderam toca-la nas principais emissoras do país. A letra consistia em uma carta ao Governo Federal escrita quando Filiberto Rios, líder de um movimento nacionalista popular, foi assassinado. No conteúdo da canção, pode-se observar uma indignação com palavras ofensivas aos que estão no poder: “Fucking cabron gobierno que permite esto/ Chorro 'e puercos, son todos unos insectos/Y por eso protesto/ Protesto por una masacre en Ponce/ Protesto por un Cerro Maravilla/ Y hasta por un septiembre 11”.
A dupla já gravou 2 discos: Calle 13, de 2005 e Residente, o Visitante, de 2007. Desde 2006, vem ganhando prêmios importantes do cenário internacional; entre eles 5 Grammy Latino. A faixa do primeiro disco, Atreveter-te-te, foi responsável por alavancar a carreira dos irmãos.



terça-feira, 24 de junho de 2008

O buraco negro vem aí


A grupo britânico Muse confirmou a realização de três shows no Brasil, ainda em 2008. O trio fará apresentações nos dias 30 e 31 de julho no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente, e no dia 2 de agosto em Brasília.

O Muse foi formado em 1994 na cidade de Teignmouth, no sudoeste da Inglaterra. Matthew Bellamy (vocal, guitarra e piano), Christopher Wolstenholme (baixo) e Dominic Howard (bateria) fazem parte do trio, que é conhecido por tocar uma mistura de rock pesado, sintetizadores e diversos efeitos para a guitarra e o baixo com requintes de piano clássico. As performances da banda, muito enérgicas, levaram a revista britânica Classic Rock ao alçar o grupo dentro da lista dos 50 melhores shows de todos os tempos.

Seu primeiro álbum fora lançado em 1999. “Showbiz” rendeu boa recepção do público, atingindo boas posições nas paradas européias e norte-americanas. Seu segundo disco, “Origin Of Symmetry” veio dois anos depois, e seu sucesso levou a banda a gravar seu primeiro DVD ao vivo, chamado “Hullabaloo”, num show realizado em Paris. Juntamente com o DVD, o Muse lançou o CD duplo “Hullabaloo Soundtrack”, com diversos B-sides e músicas gravadas durante o show na capital francesa.

Porém, a banda somente conquistou o verdadeiro respeito da crítica em 2003, com a obra “Absolution”, famosa pelos hits “Time Is Running Out”, “Stockholm Syndrome” e “Hysteria”. O Muse passou a se apresentar pelo mundo inteiro, e gravou seu segundo DVD no festival de Glastonbury, na Inglaterra.

Três anos depois, o disco “Black Holes & Revelations” confirmou mais ainda a maturidade dos ingleses, ao mixar muitos elementos eletrônicos à sua música sem deixar sua característica roqueira escapar. O cd foi o mais vendido pelo grupo até então.

Em 2007, a banda gravou um show memorável no famoso estádio de Wembley, em Londres, onde mais de oitenta mil pessoas presenciaram as duas noites de show. O concerto foi lançado em 2008 em CD e DVD, com o nome de “H.A.A.R.P”. Atualmente, com nove anos de carreira, seis álbuns e três DVDs, o Muse já conquistou a credibilidade da crítica e é muito popular entre os fãs do rock alternativo no mundo inteiro, principalmente na Europa. Curiosamente, o fervoroso sucesso não se repete da mesma maneira no Brasil.



Muse - Hysteria



Muse - Time Is Running Out

O tango retorna às pistas



O audacioso trio formado por Phillippe Cohen Solal, Christoph Müller e Eduardo Makaroff debutou no cenário musical europeu com o espetacular álbum “La revancha del tango”, lançado em 2001. O projeto ganhou fama ao adicionar pitadas precisas de música eletrônica e elementos acústicos ao gênero musical argentino.

O Gotan Project tem seu nome originado da palavra “tango”, ritmo que o grupo dá novas roupagens e características sonoras. Curiosamente, apesar do gosto em comum pelas misturas musicais, os três integrantes do projeto são de países diferentes: Solal é francês, Müller é suíço, e Makaroff é argentino.

O projeto deu seus primeiros passos em Paris, no final da década de 90. Solal, DJ e até então produtor musical da gravadora “Ya Basta!”, e Müller, que fez parte de famosos grupos de techno na Suíça, se juntaram para mesclar suas paixões pela música eletrônica e latina.

Eduardo Makaroff, exilado na França por causa da ditadura militar argentina, chegou para formar o trio. A entrada do violonista, que fez parte de grupos como o “Tango Mango” e chefiou a orquestra “Club de Tango de la Coupole” foi essencial para dar consistência latina à música do Gotan Project.

O projeto tinha como objetivo principal unir de maneira elegante e sofisticada os traços orgânicos do tango com texturas eletrônicas como o “hip-hop” e o “dub” misturados com instrumentos acústicos, como o bandoneón e o violão. E seu êxito pode ser confirmado pelo sucesso mundial do Gotan Project.

Seu primeiro EP, “El capitalismo Foranero / Volvo al Sur” foi lançado pela gravadora “Ya Basta!” em 2000, e teve uma tiragem de apenas mil exemplares. Os integrantes esperavam uma venda de aproximadamente 200 discos. Porém suas músicas atingiram em meses às paradas européias. O primeiro cd, “La revancha del tango”, que ganhou o World Music Awards em 2003, vendeu cerca de duas milhões de cópias. Totalizando com as vendas da última obra lançada, “Lunático”, o Gotan Project já vendeu mais de dois milhões de exemplares em sua carreira até então.

A sonoridade do Gotan está nitidamente ligada ao som de Astor Piazzolla, que fez o tango se tornar mundialmente conhecido na década de 60 ao combinar seu bandoneón com elementos do jazz clássico.

O grupo também é fortemente influenciado pelo cinema. Antes de desenvolver o Gotan, Solal supervisionou a parte musical de obras de famosos diretores, como Bertrand Tavernier e Lars Von Trier, em “Europa”. Tal aspecto cinematográfico no trabalho do grupo se torna visível em seus shows, que contam com a presença de um VJ que mixa imagens modernas e antigas (em preto-e-branco) para rimar com a característica dramática do tango. Para encorpar sua música, o Gotan Project utiliza outros músicos em suas gravações e shows. Convocados pelo trio, o percussionista Edi Tomasi, o acordeonista Nini Flores, o tecladista Gustavo Beytelmann e a cantora espanhola Cristina Villalonga dão alma ao som do grupo.

O grupo já veio ao Brasil três vezes. A primeira apresentação foi no Rio de Janeiro, no Tim Festival, em 2003. O retorno aconteceu quatro anos depois, em uma mini turnê que abrangeu o Rio novamente, São Paulo e Brasília, em junho de 2007. O apelo dos fãs foi tão grande que o trio retornou ao país ainda em setembro do ano passado.



Gotan Project - Diferente

Pro mundo bater palma



Imagine se a Capitol Records, gravadora britânica, lançasse uma nova coletânea dos Beatles com regravações das principais canções da banda e com participação de artistas renomados no cenário internacional. A sensação de êxtase que tomaria conta dos fãs dos garotos de Liverpool acontece hoje com os fãs de Carlos Santana. Tudo por causa do último cd lançado pelo guitarrista mexicano, O Ultimate Santana, no qual estão reunidas as principais músicas de Santana em versões inéditas e interpretadas por cantores respeitados mundialmente. Esse trabalho é uma cd de celebração dos 42 anos de carreira do mexicano com 3 canções produzidas especialmente para essa ocasião e 15 releituras dos maiores sucessos do guitarrista.

Santana é unanimidade quando se comenta a respeito dos melhores guitarristas da atualidade. Santana foi aclamado pela revista "Rolling Stone" como o 15º melhor guitarrista do mundo de todos os tempos. Como músico e arranjador, ele é figura central na internacionalização da música latino americana, sobretudo nos Estados Unidos. Antes da explosão do guitarrista, o mundo parecia só ter ouvidos para o Mambo cubano, que estourou na década de 40, e para os trabalhos musicais sensuais e típicos, que até hoje marcam a música da região. A partir dos anos 60, Santana começou a mudar essa visão. Misturando os ritmos típicos das canções latinas com o incomparável rock norte americano, o guitarrista inspirou gerações de novos artistas e ajudou a iniciar o movimento rock latino.

Esse último álbum de Santana é fiel aos trabalhos anteriores do artista mexicano. As canções inéditas presentes em Ultimate Santana seguem a linha das músicas que se tornaram hit no mundo todo e fizeram com que o guitarrista se tornasse um ícone, caso das canções Smooth, Game of Love e Why Don’t You and I. Todos os trabalhos de Santana são interpretados por cantores famosos, algo que passou a se repetir a partir de 1999 e continua a ser utilizado até hoje por Santana. Em Ultimate Santana os fãs têm a chance de ouvir artistas como Steven Tyler, Tina Turner e Chad Kroeger. Esses convites são uma forma encontrada por Santana para promover seu trabalho e fazer com o que os fãs desses cantores tenham contato com as canções produzidas por ele, ganhando assim um novo público.

Tecnicamente falando, esse último cd é o melhor dos mais de 50 álbuns que contaram com a colaboração do mexicano. Os recursos utilizados em estúdio auxiliam para que os inconfundíveis solos da guitarra de Santana ganhem força frente aos demais instrumentos. Durante todas as 18 canções do cd o baixista segura uma linha regular e pouco perceptível, uma preocupação que facilita na execução dos solos longos e distorcidos de Santana. Por sinal, essa é a marca registrada do guitarrista. Os solos são quase sempre extensos e complexos, tanto que durante algumas apresentações Santana não segue a linha original e toca de forma diferente da encontrada no cd.

Ultimate Santana é indispensável para quem aprecia o trabalho de Santana. Mas do que isso, ouvir o álbum ajuda a entender o sucesso do artista no mundo todo. O som de Santana é único e sem dúvida inovador. O trabalho do guitarrista é construído para atender o gosto do público, sendo uma opção diferenciada para quem procura um rock de qualidade e que sai um pouco da linha encontrada por bandas atuais. Acima de tudo, o sucesso alcançado pelo mexicano comprova a aceitação de seu trabalho, mostrando que manter suas características, mesmo que não siga com o molde da música que faz sucesso em seu país, essa ainda é uma maneira eficiente de chegar à fama. A originalidade. Isso é algo que não falta em Santana e é encontrada de forma marcante em Ultimate Santana.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A mediocridade de Amy

O Rock in Rio Lisboa desse ano colocou em evidência algo que vem se concretizando durante os últimos meses: Amy Winehouse já perdeu a graça.

Depois do lançamento do seu segundo disco, Back to Black, Amy caiu nas graças do público e da crítica: atingiu a marca de 10 milhões de discos vendidos, além de ser nomeada para 6 grammys.

No entanto, o que se viu a seguir foi uma série de fracassos da cantora. O seu nome passou a não ser mais vinculado ao seu inegável talento, mas sim a uma série de tragédias em sua vida pessoal. No começo de 2008, por exemplo, foi internada em uma clínica de reabilitação para tratar do seu vício em crack e heroína.

Hoje, é freqüente as suas aparições públicas em estado deplorável. Tanta exposição parece até marketing do que ela se tornou, como se fosse cool ser uma imbecil.

E assim foi a sua apresentação no Rock in Rio, no último dia 30. Para os milhares de fãs portugueses, Amy se apresentou completamente rouca, bêbada e com hematomas pelo corpo.

Se ela conseguir se manter viva, talvez entenda um dia que esse tipo de situação coloca peso no outro lado da balança. Seu belo disco e suas interpretações únicas estão apagados pelo mal estar que ela tem provocado.

Para o público português ela se desculpou. Mas, sinceramente, eu não aceitaria o pedido.

Reportagem da SIC, rede televisiva de Portugal.

Raimundos Forévis


Estamos no mês de junho. Um mês de descanso para alguns e de correria para outros com as últimas obrigações antes das férias do meio de ano. Contudo, junho não é um mês de boas recordações para os fãs da banda Raimundos. Foi em junho de 2001, que a banda de Brasília anunciou o seu fim. A decisão foi tomada após a saída do vocalista Rodolfo após ele ter se tornado protestante, indo para um outro tipo de trabalho, lançando a banda Rodox.

Você pode me questionar: “Pô, os Raimundos ainda estão ai. Estão tocando”. É verdade. Dois meses depois de anunciar o fim, a banda voltou aos palcos com o guitarrista Digão cantando e lançaram 3 discos sem o aintigo vocalista. Mas é verdade também que o grupo nunca mais foi o mesmo e para muitos (como pra mim) acabou em junho de 2001.

O sucesso alcançado pelo grupo é inquestionável. São 9 álbuns da banda, um número considerável até pela boa quantidade de exemplares vendidos. É difícil encontrar grupos com a criatividade e irreverências dos Raimundos. É realmente uma pena o desgaste que aconteceu com os músicos, culminando em uma carreira decadente. Mais raro ainda é surgirem bandas com mais de um hit. Os Raimundos colocaram diversas canções no topo da parada e lotaram shows por 7 anos.

Como eu lembrei aqui, os Raimundos continuam na ativa. Da formação original apenas Digão e o baixista Canisso permanecem. Canisso havia saído em 2002, mas retornou ano passado para o grupo com o qual ficou conhecido nacionalmente.

Toda essa introdução para eu poder colocar dois vídeos sensacionais da banda. O primeiro vídeo traz a música Eu quero é ver o oco (mais pauleira) e o segundo é o clipe de Me lambe que representa o lado mais pop da banda.
Raimundos 100%



quinta-feira, 19 de junho de 2008

Einstürzende Neubauten

Domingo acaba a exposição sobre a Contracultura no SESC Pompéia. Essa exposição foi uma das (poucas) coisas que me deixaram feliz nesse trabalho chatésimo de assessoria de imprensa. Foi lá que conheci o Cabaret Voltaire (banda sobre a qual falei num post antigo) e também foi num evento relacionado à exposição que conheci o The Young Gods - banda de industrial que fez um show acústico surpreendente em abril.Uns dias atrás, cheguei antes do horário no SESC e resolvi curtir um pouco mais a instalação multimídia da área punk (também já falei dela). E nessas descobri mais uma banda fodaça, chamada Einstürzende Neubauten. O nome é assustador, mas acreditem: o som assusta ainda mais.Uma pequena amostra:




quarta-feira, 18 de junho de 2008

INVADINDO TUDO


Eu estava ouvindo o rádio ontem e tocou a canção Nós vamos invadir sua praia, do Ultraje a Rigor. Fazia muito tempo que eu não ouvia essa música, muito mesmo.Gosto pra caramba da banda e do modo irreverente como se apresentam e compoem. Ouvir a música me fez perceber que não existem outras bandas atuais com a mesma disposição e caracteristicas.

Eu lembro que ouvi Nós vamos invadir sua praia pela primeira vez no álbum homônimo do grupo, lançado em 1985 e um dos discos mais vendidos no Brasil, sendo ainda um clássico do Rock nacional. Foi a primeira música deles que ouvi. Achei bem legal. Depois disso comecei a acompanhar os novos trabalhos do Ultraje a Rigor. Mas nenhum dos outros discos foram tão bons quanto esse. Além de Nós vamos invadir sua praia o álbum traz canções como, Zoraide, Inútil, Marylou e Independente Futebol Clube, além de um dos maires hits da banda, Cíume.

Ícone dos anos 80, Ultraje a Rigor apostou em um repertório simples, dançante e com letras desbochadas. Com essa combinação, eles alcançaram grande sucesso no país. A banda é, sem dúvida, um grande marco no cenário do rock nacional. Sua formação inicial era Roger, Leôspa, Sílvio e Scandurra, sendo que Sílvio logo deu lugar ao Maurício. Hoje, apenas Roger, idealizador da banda, continua desde a formação original.

Apesar das mudanças, Ultraje a Rigor pouco mudou, como pudemos conferir no acústico MTV realizado em 2005. É justamente desse show que eu selecionei duas músicas. A primeira é Independente Futebol Clube, uma canção empolgante e que levantou o público presente no espetáculo. A segunda é a canção que me fez sentar em frente ao computador para escrever, Nós vamos invadir sua praia.
Boa diversão



segunda-feira, 19 de maio de 2008

La Negra


Nos anos 60, diversos artistas vindos da burguesia e da classe média passaram a buscar e a se interessar pelas tradições musicais populares. Alguns deles estavam movidos pelas questões políticas da tal arte engajada (que visava educar o povo para a revolução), e outros pelo desejo de encontrar suas origens e ouvir o que o povo tem a dizer. Assim, Bob Dylan resgatou as canções folk americanas, Carlos Lyra e seus colegas do CPC (Centro Popular de Cultura) trouxeram o samba do morro e o baião da caatinga para as salas de teatro e Geraldo Vandré se inspirou no ritmo ternário da guarânia para compor “Pra não dizer que não falei das flores”.


Na Argentina, uma das principais expoentes desse movimento em direção às raízes culturais – batizado na América Latina de Nueva Canción – foi a cantora Mercedes Sosa. Apelidada de La Negra devido à cor de seus cabelos, essa argentina de ascendência quéchua gravou como intérprete um vasto repertório de zambas, milongas, canciones e outros gêneros típicos de sua terra.



Mercedes é dona de uma voz grave, forte e ao mesmo tempo suave, que é acompanhada, na maioria das gravações, por apenas um violão e um bombo legüero, instrumento tradicional do norte da Argentina que é tocado pela própria cantora. Militante de esquerda que foi presa e exilada durante a ditadura argentina, La Negra expõe por meio da arte as veias abertas de sua terra. Mas também mostra ter orgulho de seu sangue.

ps: além do Youtube, sites p2p e afins, um bom meio de se conhecer a arte de Mercedes Sosa é dar um pulinho nos sebos do centro de São Paulo, que têm para vender LPs da cantora a dez, cinco, três reais.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

MPB na ponta de Língua

Com o maior acesso à internet, músicas brasileiras quase esquecidas voltam a fazer sucesso entre o público jovem


No final dos anos 60 e início dos anos 70, surgiam no Brasil jovens artistas que inventavam seu próprio modo de tocar, de se vestir e de se portar, muitas vezes chocando a conservadora sociedade brasileira, mas conquistando o ouvido dos mais novos e tornando-se ídolos. Nos últimos anos, com a cada vez maior abrangência da internet e os enormes avanços tecnológicos, como a banda larga e os arquivos no formato mp3, tais nomes voltaram a figurar entre as preferências do público jovem. É o que se constata em qualquer roda de violão de faculdades brasileiras. Ao invés de rock e pop predominarem no gosto musical dos jovens, é comum detectar rapazes barbados e moças com vastas cabeleiras, roupas surradas e letras de Chico Buarque afiadas na ponta língua.

Um exemplo de que a possibilidade de baixar arquivos em mp3 pode modificar gostos musicais é o estudante de engenharia Luiz Felipe Pinheiro, 20 anos. Ele já foi guitarrista de três bandas de hardcore, ritmo do qual não quer mais saber. Para ele o negócio agora é a MPB. O estudante conta que começou a ouvir antigos sucessos sem querer: “um dia resolvi pegar na internet. Me lembro de meus pais ouvindo essas músicas quando eu era mais novo. Acabei gostando, e agora praticamente só ouço isso”. Quem aprova o “novo gosto” do rapaz é a mãe de Luiz, Ruth: “Antes ele vivia reclamando das músicas que eu e o pai dele ouvíamos. Hoje é ele quem nos mostra discos que não conhecíamos, de artistas que sempre admiramos. Ele e os amigos se reúnem aos fins de semana para tocar Toquinho, Vinícius (de Moraes) Tom Jobim, João Gilberto, Chico (Buarque). Junta até gente pra ver!”.

Caso um pouco diferente é o da estudante de jornalismo Talita Duvanel, 21 anos. Ela conta que não foi por causa da Internet que começou a ouvir MPB, mas sim pela influência do cunhado, dono de uma vasta coleção de discos. Entretanto, Talita afirma que baixar as versões em mp3 das músicas que gosta só fez a paixão aumentar: “A questão do download com certeza me ajudou a conhecer mais. É bem difícil achar pessoas que tenham esses cds antigos”. Ela revela o porquê de gostar tanto de músicas que outros jovens consideram para “velhos”: “Foi um período muito importante, por causa da ditadura militar apertando no Brasil. E foi também o período mais fértil da MPB. Principalmente em 68, 69 e 70. Meu disco favorito é dessa época, Caetano, de 68”. Por causa das músicas ela também acabou apaixonando-se pela história dos anos de chumbo. “Comecei a ler bastante, principalmente sobre 68, um ano marcante pra história. O ano que não terminou, do Zuenir (Ventura), que fala sobre esse tempo, é um dos meus favoritos”.

Luiz é freqüentador assíduo do blog Loronix, do carioca Zeca Louro. Na rede há um ano e dez meses, o Loronix é visitado tanto por brasileiros (cerca de 48% dos acessos) quanto estrangeiros, por isso é escrito em inglês. O site já se tornou referência num novo modelo de blog que ganha cada vez mais a atenção dos internautas: os que disponibilizam discos inteiros para o download.
Zeca revela que os discos disponíveis em seu blog são quase todos do acervo pessoal, mas que muitos freqüentadores colaboram e tornam a coletânea ainda mais vasta. Uma das principais características do Loronix é o de nunca disponibilizar o download de discos que ainda estão no mercado, para não prejudicar as vendas. “É exatamente esse o propósito do Loronix, oferecer aos amantes da música brasileira em todo o mundo a oportunidade de conhecer artistas e discos que não possuem mais nenhuma perspectiva comercial. Conto com a ajuda da comunidade para avisar que determinado disco foi relançado. Quando acontece, ele é retirado imediatamente”, explica.

E os artistas? O que acham de verem seus discos colocados na íntegra gratuitamente na internet? Zeca conta que, ao contrário do que muitos pensam, os artistas gostam sim: “Vários artistas se declaram fãs do Loronix. Até agora nenhum artista reprovou o serviço”. Indagado se já recebeu depoimentos de jovens que passaram a gostar do estilo por causa do blog, emenda: “Recebi vários depoimentos. Alguns bastante entusiasmados”.

Em 2006 uma outra ferramenta popularizou-se entre os internautas e deu ainda mais fôlego para a música em formato digital: O surgimento de sites como o youtube, onde vídeos podem ser assistidos gratuitamente. Luiz Felipe diz que a inovação acabou atraindo ainda mais os jovens, já que agora é possível ver os artistas em performances ao vivo: “Os vídeos dos grandes festivais são muito legais! Tem um sobre o terceiro Festival (Internacional da Canção) que mostra bem como eram os festivais”, comenta.

Zeca Louro define bem a importância desse novo interesse na MPB. “Certamente cria uma nova demanda, uma nova audiência. Mesmo o pessoal mais antigo descobre através do Loronix artistas que nunca teriam oportunidade de conhecer em outros meios”, diz. Os artistas brasileiros agradecem.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os subterrâneos

The Velvet Underground & Nico, o disco que jogou sombras sobre a Era de Aquário
A metedrina é um tipo de anfetamina que pode ser cheirada, fumada, injetada ou consumida em forma de comprimido. Provoca euforia, acende a libido, aumenta a capacidade de atenção e dá energia para que se fique acordado por muitas horas, mas também desencadeia a paranóia e deixa a pessoa tensa, travada, uptight. Na segunda metade dos anos 60, enquanto a onda Flower Power propunha “abrir as portas da percepção” por meio do uso de alucinógenos como o LSD, a metedrina era a droga favorita dos freqüentadores da Factory, estúdio/QG de Andy Warhol: artistas, cineastas, fotógrafos, travestis, freaks e os integrantes de uma banda novata chamada The Velvet Underground. Este grupo, descoberto e levado ao reino da pop art por Paul Morrisey (cineasta e parceiro de Warhol), lançaria em 1967 o álbum The Velvet Underground & Nico, um amálgama até então inédito entre vanguarda e rock’n’roll e um registro de ceticismo em meio à psicodelia paz e amor.

De cara, a sonoridade do Velvet chama a atenção pela presença de uma viola elétrica, tocada por John Cale. Artista ligado à música erudita contemporânea, ele havia sido aluno de seu quase xará John Cage (compositor cuja peça mais famosa é 4’33’’, que consiste em quatro minutos e trinta e três segundos de silêncio) e feito parte do Dream Syndicate, grupo cujas músicas podiam durar dias, já que não raro uma mesma nota era tocada ininterruptamente por horas a fio. Cale também gravou o piano e o contrabaixo em The Velvet Underground & Nico. Os demais integrantes eram o guitarrista Sterling Morrison, a baterista andrógina Maureen Tucker e o guitarrista/vocalista Lou Reed, compositor de todas as músicas do grupo. Gay, usuário de drogas pesadas, arrogante, ególatra e genial, Reed era uma espécie de beatnik do rock, Bukowski com uma guitarra na mão. Sua poesia crua retratava o submundo de Nova York, universo que conhecia de perto. Mas sua postura anti-rockstar fez com que Paul Morrisey o considerasse inadequado para o posto de frontman. Então chamou Nico, modelo/atriz/cantora alemã para ser a vocalista. Reed ficou furioso. Do embate entre Morrissey (que a queria cantando todas as faixas do disco que o Velvet iria gravar) e ele (que queria a moça bem longe da SUA banda), Nico acabou ficando com os vocais de três das onze canções.

Traficantes e sadomasoquismo

Diz a lenda e o encarte do disco que The Velvet Underground & Nico foi produzido por Andy Warhol. Na verdade, quem supervisionou a gravação foi o onipresente Paul Morrisey, cabendo a Warhol apenas a arte da capa: a foto estilizada de uma banana com o aviso “Peel slowly and see” (“Descasque com cuidado e veja”). Conselho perfeito para orientar a audição de um álbum difícil, incomum e incômodo.

Ele começa com “Sunday Morning”, baladinha calma que “engana” o ouvinte. Lou Reed canta serenamente, guitarras sem distorção emitem acordes consonantes e uma celesta (instrumento cujo som lembra o de pequenos sinos) traça melodias que parecem ter saído de uma caixinha de música. Mas, prestando atenção na letra, já é possível encontrar referência à paranóia: “Watch out! The world’s behind you” (“Cuidado! O mundo está atrás de você”).

Na segunda faixa, “Waiting for the man”, o clima começa a pesar. Sobre uma base de rock’n’roll (quase) tradicional, a letra em primeira pessoa narra a história de um cara esperando seu traficante (o tal “homem” do título) em um bairro barra-pesada. O tom é de crônica urbana e apenas nos dois últimos versos se encontra uma certa (auto)crítica ao modo de vida junkie: “I’m feeling good, I’m feeling so fine/ Until tomorrow, but that’s just another time” (“Eu me sinto bem, eu me sinto tão legal/ Até amanhã, mas aí são outros quinhentos”).

Mas o Velvet mostra a que veio realmente em “Venus in Furs”. O nome da música foi tirado de um livreco pornográfico sadomasoquista, e é disso mesmo que ela trata: dominação, chicotadas, cintadas, botas de couro. A letra “meiga” é acompanhada por um instrumental quase hipnótico: Maureen Tucker executa uma mesma e simplíssima levada de bateria (uma batida no pandeiro, duas no bumbo) durante toda a faixa, John Cale extrai notas insistentes e meticulosamente desafinadas de sua viola, enquanto as guitarras toscamente tocadas por Morrison e Reed seguram a harmonia. O clima de hipnose ressurge em “All Tomorrow’s Parties”, canção cujo tema é aparentemente o mais banal possível: uma garota que chora por não ter roupa para ir a festas. Mas o arranjo minimalista-caótico, a voz grave e monocórdica de Nico e o talento de Reed com as palavras faz com que seja possível sentir o sofrimento da garota “por quem ninguém irá lamentar” (“For whom none will go mourning”).

O ponto alto do disco é “Heroin”, provavelmente a combinação mais perfeita entre conteúdo e forma da história do rock, representando por meio de sons os efeitos da heroína. A música começa relativamente calma, com uma batida constante. Conforme a droga caminha pelo sangue para chegar ao cérebro, a bateria/coração vai acelerando e a viola e as guitarras vão ficando confusas até atingirem o caos aos 4min45. É a combinação de destruição e excitação provocada pelo “pico”, apesar de o eu lírico estar mais interessado no primeiro aspecto: a droga é utilizada para anular a própria vida (“I’m gonna try to nulify my life”), para escapar das loucuras do mundo atual por meio de uma quase-morte (“And I thank God that I’m good as dead”). Definitivamente, a Era de Aquário não estava nos horizontes dos Velvets.

Completam o disco duas baladas (“Femme Fatale” e “I’ll be your mirror”), dois rocks mais ou menos convencionais (“Run run run” e “There she goes”) e a dobradinha “Black Angel’s Death Song” e “European Son”, estranhices que fecham o álbum.

O discurso desencantado, o uso de barulhos e a postura anti-comercial de The Velvet Underground & Nico faz com que ele seja considerado por muitos críticos como a gênese do punk. Dez anos antes dos Sex Pistols berrarem ”Não há futuro!”, o álbum já apontava que o sonho hippie era apenas uma viagem de ácido que acabaria logo. Lou Reed e cia. preferiam metedrina.

"Venus in Furs":

terça-feira, 29 de abril de 2008

O retorno do STP


Os integrantes do Stone Temple Pilots retomaram a banda. No dia 7 de abril foi anunciada uma mega-turnê por 65 cidades norte-americanas, que começará no dia 17 de maio. No dia, os integrantes fizeram uma pequena apresentação de 30 minutos para um público seleto, na Houdini House, em Los Angeles. A banda reviveu os anos 90 com o repertório, que incluía “Wicked Garden”, “Plush”, “Big Empty” e “Vasoline”.


A banda, composta por Scott Weiland (vocais), Robert DeLeo (baixo), Eric Kretz (bateria) e Dean DeLeo (guitarra) foi importantíssima na década de 90. Seu CD de estréia, “Core”, vendeu mais de 7 milhões de cópias no mundo inteiro. De 92 até 2003, onde a banda se separou, foram gravados 7 discos, todos obtendo grande sucesso nas paradas do mundo inteiro.


Durante os cinco anos de hiato, todos do quarteto partiram em carreira solo, sendo que o vocalista Scott Weiland foi o que mais se destacou, com a banda Velvet Revolver, que é composta por ex-integrantes do Guns n’ Roses. Seus companheiros - Slash, Duff McKagan, Dave Kushner e Matt Sorum - resolveram expulsá-lo devido ao seu difícil temperamento e comportamento.


O vocalista tem problemas com drogas desde o início da sua carreira. Weiland já se internou em clínicas de reabilitação e foi preso inúmeras vezes por posse de substâncias ilegais, o que contribuiu para a separação do STP também.



Are You Experienced?


Sinto falta de performances originais nos palcos hoje em dia. Então resolvi apelar e relembrar um dos músicos mais originais quando o assunto é apresentações únicas. Falo de Jimi Hendrix meus amigos. O guitarrista marcou o mundo da música com incomparável qualidade artística e muito fogo, se é que vocês me entendem.

Falar de Jimi Hendrix dá muito pano pra manga, e eu poderia me estender por várias linhas. Escolhi então um disco que vale mais do que apena ouvir. Are You Experienced? foi lançado no ínicio de 1967 e foi o álbum de estréia da banda The Jimi Hedrix Experience. Esse trabalho nos mostra um Jimi Hendrix exatamente igual àquele músico excepcional que nos acostumamos a apreciar, marcado pela psicodelia e pelo inconfundível som distorcido de sua guitarra.

O álbum é sensacional. Simplesmente um dos melhores disco já lançados por um artísta. Fez muito sucesso disputando o número 1 das paradas com Os Beatles, que na época estouravam com o igualmente fantástico Sgt Peppers Lonely Heart Club Band. Essa obra prima de Hendrix foi eleita como o quinto albúm mais importante da era do rock pela VH1 em 2001, além de estar em décimo quinto lugar na lista da revista Rolling Stones na categoria 500 Greatest Albums Of All Time. O disco foi lançado no Reino Unido e posteriormente nos Estados Unidos, virando uma verdadeira sensação.


Todos precisam ouvir esse trabalho. O disco traz canções clássicas como Fox Lady, Hey Joe e Purple Haze, três das músicas mais apreciadas pelo público. O único ponto negativo é a exclusão na versão americana da canção Red House, um blues retirado pela produtora do álbum.


Bom vamos ao que realmente interessa. Postei a interpretação de Jimi Hendrix da música Purple Haze. E dá-lhe Hendrix !!!


MONARQUIA: O retorno do príncipe



Contemporâneo de figuras como Caetano Veloso e Chico Buarque, Ronnie Von era galã. Ele era mauricinho, amado pelas garotas, invejado pelos rapazes.E, para dizer a verdade, ele convencia mais como galã do que como músico. Recebeu, de Hebe Camargo, o apelido de Pequeno Príncipe. Agora, experiente não tem problemas com a alcunha, mas à época..."Aquilo me incomodava profundamente, mas acabei me acostumando com essa história de ser chamado assim, mas internamente a coisa era de uma rejeição brutal", desabafa o artista.


Jovem Guarda


Para ele esse movimento representou "uma revolução, uma modificação do comportamento social do mundo inteiro e a revolução sempre implica sangue, só que nesse caso não houve isso, foi uma revolução que mudou o comportamento do mundo inteiro, apenas com música"

É muito comum Ronnie Von ser enquadrado na turma do "iê-iê-iê", entretanto o cantor esclarece essa questão: "Eu nunca fiz parte da Jovem Guarda até porque eu era proibido de pisar no palco do programa Jovem Guarda. Segundo ele, era visto como um concorrente forte de Roberto Carlos e a TV queria boicotar seu sucesso. E para evidenciar essa rixa, afirma que a relação entre o Rei e o Príncipe era péssima.

Em 1966, o Príncipe assinou com a Record para apresentar o "Pequeno Mundo de Ronnie Von", programa que ajudou a apresentar ao grande público Os Mutantes, Jerry Adriani, o pessoal da Tropicália entre outros. Acredita que fora contratado para ser esquecido, para ficar em segundo plano, pois ele nem tinha uma grande equipe, um casting. As atrações que apareciam em seu programa, não iriam jamais ao Jovem Guarda, segundo o galã.


"Revolusongs": Psicodelia


Em 1968, Ronnie Von se cansou desse rótulo de galã, que conquistara com apenas dois LP's, e resolveu inovar. Com a ajuda do produtor e compositor Arnaldo Saccomani (atual jurado do programa "Ídolos", do SBT), saiu do estúdio com um disco considerado um "escândalo" para os padrões da época.

Lançou três álbuns experimentais, considerados os precursores da psicodelia nacional: Ronnie Von (1968), A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais (1969) e A Máquina do Tempo (1970). O artista abandonou seu lado pequeno príncipe e investiu pesado no rock psicodélico: "Os únicos discos que fiz da minha cabeça, que eram uma coisa mais experimental, mais psicodélica, underground, quase eletrônica, foram grandes fracassos de venda e quase acabaram com minha carreira", declara ironicamente.

Hoje, colhe os frutos de um trabalho rejeitado pelo público na época da Jovem Guarda, graças ao lançamento de um box de canções que o próprio cantor definiu como vanguarda demais para a época: "Se tivesse sido lançado hoje, talvez o álbum não fosse um fracasso monumental. Sou um homem de 10 milhões de cópias vendidas, mas na época vendi apenas 40 mil". O fracasso do álbum do ano de 1969 é atribuído à forte influência da música norte-americana e, em especial, dos Beatles e sua obra Sgt. Pepper's. Antes fracasso, agora cult, Ronnie conta que um amigo chegou a comprar a coletânea em Tóquio por cerca de 1.800 dólares.

Abaixo um presente para quem aprecia o trabalho desse ícone da música brasileira. O nosso príncipe cantando a volta em um programa de TV exibido em 1967. Até ...

MUCHO MACHO!


A estréia de João Brasil nas telinhas foi em abril de 2007 na MTV, no programa MUCHO MACHO apresentado por Marcos Mion. A atração é uma tentativa de comédia machista, que exalta os costumes masculinos. Suas aparições eram bizarras: sempre aparecia vestido com um roupão e isso se tornou comum em suas apresentações

Com uma campanha do programa do Mion, intitulada "FAÇA UMA BARANGA FELIZ", apareceu com destaque o primeiro sucesso de João Brasil, o hit "Baranga". O músico apesar de seu humor escrachado tem uma boa formação. Ele é graduado na famosa Barklee College of Music, nos EUA.

A aparição mais recente do músico foi no "Domingão do Faustão", no quadro "Pistolão". Sua madrinha foi a atriz Maria Flor, que conheceu o músico por intermédio de seu namorado.

Além do hit "Baranga" que abre o disco, outras composições ganham destaque na produçã:"Mamãe, Virei Capitalista" ou "Cobrinha Fanfarrona", reunidas em seu álbum de estréia.

Um aspecto interessante de sua obra é que o próprio João Brasil é quem produz, mixa e edita suas canções. E com notável destaque, surgiu o convite de uma gravadora, no início desse ano, para distribuição do disco.

Agora vejam o hit que puxa o disco, em apresentação no programa de Fausto Silva!

Pra quem bate e pra quem chora

Os ingressos promocionais para a primeira edição do Maquinaria Rock Fest já começaram a ser vendidos. O festival traz bandas de Heavy Metal, Rock e Hardcore de todo o mundo e vai acontecer nos dias 17 e 18 de maio no Espaço das Américas, na Barra Funda, em São Paulo.
Dentre as princpais atrações estão as americanas Misfits, MxPx e Suicidal Tendencies, além dos brasileiros do Sepultura e os headbangers do Massacration.
O evento está separado por "estilos": no primeiro dia (17/5) estão concentradas as bandas mais pesadas e mais antigas (Sucidal Tendencies, Sepultura, Misfits, Ratos de Porão, por exemplo) e menores de 18 anos não podem acompanhar o show.
No dia 18/5, a censura é para menores de 16 anos, e estão as bandas de hardcores e as mais novas (MxPx, Dance of Days, Envydust, por exemplo).
A apresentação do festival fica por conta da lendária atriz pornô americana Jasmine St. Claire.

Atrações:

Dia 17/5

Biohazard (USA)
Suicidal Tendencies (USA)
Sepultura (Brasil)
Misfits (USA)
Tristania (Noruega)
Ratos de Porão (SP)
Matanza (RJ)
Muscaria (Equador)
Korzus (SP)
Motorocker (PR)
Sayowa (RJ)
Embrioma (SP)
Threat (SP)
Child of Flames (PR)
Sun Turns Black (SP)

Dia 18/5

MXPX (USA)
Suicide City (USA)
Massacration (SP)
Forgotten Boys (SP)
Rock Rocket (SP)
Dance of Days (SP)
Envydust (SP)
Granada (SP)
Gloria (SP)
Fakenumber (SP)
Hevo 84 (PR)
Corbe (SP)
Lotus (SP)

Serviço:

Preço dos Ingressos:
Antecipado 1º Lote (Estudante ou ingresso promocional + 1 KG de alimento) = R$ 80,00
Antecipado 2º Lote (Estudante ou ingresso promocional + 1KG de alimento) = R$ 100,00
No dia do evento (Estudante ou ingresso promocional + KG de alimento) = R$ 120,00

Postos de venda de ingressos antecipados:

ALPHAVILLE (SP)
Newness Livros e Revistas: Av.Yojiro Takaoka, 4528 - lj 2, Santana do Parnaiba /SP
Horário de atendimento: todos os dias das 7h às 21h

CENTRO (Capital/SP)
Espaço Parlapatões: Praça Frankilin Roosevelt, 158, São Paulo /SPHorário de Atendimento: Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado, Domingo e Feriado das 16h às 22h

CERQUEIRA CÉSAR (Capital/SP)
Fnac Paulista - Av. Paulista, 901 - Cerqueira César, São Paulo /SP
Horário de Atendimento: Todos os dias das 10h às 20h

GUARULHOS
Fujji Turismo: Rua Tapajós, 33 C - Centro, Guarulhos /SPHorário de Atendimento: Segunda a Sexta das 9h às 18h30, Sábado das 10h às 14hFormas de Pagamento: Credicard, Diners, Dinheiro, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron

ITAQUERA (Capital/SP)
Papelaria Ética Megastore: Rua Fontoura Xavier, 586, São Paulo /SP
Horário de Atendimento: Segunda a Sexta das 9h às 18h, Sábado das 9h30 às 14h

JARDIM PAULISTA (Capital/SP)
Terranobre Turismo: Alameda Lorena, 521 - Jardim Paulista, São Paulo /SPHorário de Atendimento: Segunda a Sexta das 13h às 19h

PINHEIROS (Capital/SP)
Fnac Pinheiros: Praça dos Omaguás, 34 - Pinheiros, São Paulo /SPHorário de Atendimento: Todos os dias das 10h às 20h

SHOPPING IGUATEMI (Capital/SP)
Show Tickets: Av. Brig. Faria Lima, 2232. 3º Piso, Alameda de Serviços, São Paulo /SPHorário de Atendimento: Segunda a Sábado das 10h às 21h30, Domingo das 14h às 19h30 (* não abre em Feriados)

SHOPPING MORUMBI (Capital/SP)
Fnac Morumbi: Av. Roque Petrôni Jr. 1089 - Morumbi, São Paulo /SP
Horário de Atendimento: Segunda a Sábado das 10h às 21h, Feriado das 12h às 21h

VILA MARIANA (Capital/SP)
Digital Stadium: Rua Dr. Bacelar 1207 - Vila Mariana, São Paulo /SP
Horário de Atendimento: Segunda a Sexta das 9h às 21h30, Sábado das 14h às 20h30

Pela internet: www.ingressofacil.com
Call Center: (11) 4003-1212

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Pequeno adendo inútil

No meu último post, contei como descobri a banda Cabaret Voltaire. Isso foi na quarta-feira. Domingo estou eu no blog do Matias lendo a resenha do show do Young Gods (que aliás, foi PHODA) e ele cita Cabaret Voltaire. E aí ontem fui a uma peça de teatro e no programa estava escrito que o cara que compôs a trilha trabalhou com integrantes do Cabaret Voltaire. Creepy.

ps: aproveitando o embalo, no post passado falei pro povo ir ver a exposição que tá no SESC Pompéia, mas esqueci de dar o endereço de lá: Rua Clélia, 93. Fui.

domingo, 20 de abril de 2008

Pra Brasileiro Ver


Tudo começou em 1967, quando Gilberto Gil, à procura de uma banda para acompanhá-lo no 3o Festival da Música Popular Brasileira, procurou o grande maestro Rogério Duprat em busca de uma indicação. O maestro indicou uma jovem banda de São Paulo que tocava um estilo de música completamente diferente de tudo o que já se havia ouvido no circuito musical do Brasil. Essa banda era Os Mutantes.
O resultado da junção foi a apresentação da música Domingo no Parque, que tirou segundo lugar naquele festival. A performance impressionou até mesmo Duprat, que era conhecido por suas incursões experimentalistas muito além da vanguarda da época. Ele já tinha em mente o projeto de fazer um disco que misturasse a música pop que vinha sendo feita pelos Beatles e popularizada pela Jovem Guarda e misturá-la com ritmos brasileiros e pitadas de música clássica.
Viu na junção entre o swing de Gilberto Gil e as guitarras e sintetizadores dos Mutantes o seu projeto se tornando realidade. Nascia assim, em 1968, A Banda Tropicalista do Duprat, disco que era exatamente essa fusão, mas que não contou com os baianos que mais tarde consagrariam o movimento Tropicalista. O álbum foi composto por uma orquestra regida por Duprat tocando junto com os Mutantes interpretando composições brasileiras antigas e sucessos dos rapazes de Liverpool.
Na época, o LP foi considerado apenas uma releitura de canções importadas e foi encarado como uma forma de desvirtuar clássicos do cancioneiro popular, como Chiquita Bacana, ou Canção pra Inglês Ver, de Lamartine Babo, e logo foi tirado de catálogo.
Realmente, é um álbum em que não faltam releituras “anormais” e arranjos estranhíssimos para uma época em que a Bossa Nova tinha apenas 10 anos. O trabalho é baseado apenas em pegar músicas já existentes e arranjá-las de uma nova diferente; Instrumentos de orquestra preenchem a simplicidade do banquinho-e-violão, enquanto o rock n’ roll tupiniquim dos Mutantes entra com cara de “novidade”.
Tecnicamente falando, não é um disco de vanguarda, nem mesmo para a época, já que não foram usados recursos mirabolantes de estúdio, ou tempos cruzados e “tortos” durante a gravação. Todo o disco foi gravado em uma mesa de quatro canais e praticamente tudo é feito numa base quatro-por-quatro; nada mais direto. As distorções e os efeitos das guitarras (apesar de muito bem explorados) não são nenhuma novidade para um público que assiste Roberto Carlos e cia na TV.
Porém, em outra análise, o disco significou muito mais: enquanto o violão era o símbolo da música nacional, as guitarras elétricas com agudos estourados de Sergio Dias é que davam a tônica das músicas. Enquanto o samba e o chorinho eram a cara do Brasil, em A Banda... logo depois de um frevo completamente eletrificado entra uma música dos Beatles, cantada com o inglês paulistano de Arnaldo Baptista.
O mérito dos músicos da Bossa Nova de misturar o cool jazz da Califórnia com o samba da Bahia e o choro carioca, com esse disco foi levado a outras conseqüências. Se a música brasileira hoje é conhecida por agregar todos os estilos, muito dessa raiz híbrida está nesse projeto de Duprat, que tem como principal trunfo unir todos os estilos de música em uma coisa só.
A Banda Tropicalista do Duprat é um verdadeiro tratado, um manifesto. Não só por ter lançado os Mutantes e nem por ter fundado o movimento Tropicalista, mas por ter conseguido fazer música brasileira com muito mais do que um banquinho e um violão.


sábado, 19 de abril de 2008

Oh meo deos que foda!!!

Uma das coisas que me deixa mais feliz é descobrir bandas. Não essa coisa de ficar correndo atrás do último lançamento da banda inglesa mais hype dos últimos dez minutos; e sim encontrar, às vezes até por acaso, algo que abale as minhas estruturas musicais internas, que faça meu queixo cair e meus ouvidos não quererem ouvir mais nada que não seja AQUILO. Lembro como a minha vida mudou quando, aos 12 anos, descobri Aerosmith e Nirvana; e aos 18, Velvet Underground e Sonic Youth.

Essa semana tive um novo baque (ainda que não tão forte como os citados acima). Historinha: trabalho no SESC Pompéia e acabou de ser inaugurada uma exposição sobre contracultura. Tem uma área beat, uma psicodélica e a minha favorita: a área punk. Nela, há uma instalação com várias TVs exibindo clipes e shows. Peguei um fone aleatório e me sentei no "sofá" (quem for lá vai entender o por que das aspas) de frente para uma das telas. E aí veio o "Oh Meo Deos que coisa foda!!!". O som era eletrônico/industrial sombrio e caótico à enésima potência, acompanhado por um vídeo mostrando cenas de protestos, brigas, fanáticos religiosos, além da banda tocando.

Após uma árdua investigação, que incluiu encher o saco dos monitores e horas no Google e no Youtube, decobri que se tratava do vídeo "Doublevision present Cabaret Voltaire", uma espécie de colagem de vários clipes da banda Cabaret Voltaire, formada na Inglaterra em 1973 (sim, música eletrônica em 1973!!)

Tá curioso pra conhecer? Vai lá:

Exposição "Vida Louca, Vida Intensa - uma viagem pela contracultura"
De terça a domingo, entrada gratuita.

Rrrrrrrecomendo.

Toca Raul !!!


Muita coisa mudou em 1968. E foram todas mudanças interessantes que parecem ter dado certo. Artistas talentosos tiveram a oportunidade de se lançar no mercado ao mesmo tempo em que alguns se consagravam, atingindo o auge de suas carreiras. Dentro do grupo daqueles que surgiram, um músico aqui no Brasil chama atenção em especial, justamente por propor e representar mudanças. Trata-se de Raul Seixas que lançou no início de 68 o álbum Raulzito e os panteras, seu primeiro LP. O compositor mudara para o Rio de Janeiro um ano antes e encontrou o tropicalismo em plena ascensão, sem falar no sucesso da bossa nova marcado pelos festivais musicais da época. Raul Seixas surge nesse momento, apresentando um rock muito influenciado por Elvis e Beatles. No LP em questão, a banda de Raulzito apresenta versões de músicas desses dois ícones da música mundial, além de canções próprias.

A verdade é que Raul Seixas não gostava de bossa nova e do tropicalismo, e suas canções não se encaixavam no estilo de música apreciado pelos brasileiros no período. A única semelhança foi o problema com a censura enfrentado por todos os artistas brasileiros naquela época. No LP abre-te sésamo de 1979, por exemplo, ele teve músicas censuradas, como a canção rock das aranhas, uma das suas canções mais famosas. O fato é que quase ninguém ouvia Mick Jagger ou Chuck Berry no Brasil, artistas cujo trabalho de Raul Seixas se assemelha. Mesmo assim ele ganhou espaço. Com o álbum, o compositor ficou conhecido no cenário nacional, apesar da má divulgação do disco, e conquistou novos fãs. As letras das músicas escritas por ele presente no LP, junto de sua performance em cima do palco, garantiram um maior conhecimento e prestígio, ajudando para que ele pudesse se tornar o maluco beleza que viria a ser, com letras engraçadas, profundas e, acima de tudo, apreciadas pelo público.

Foi nesse contexto que surgiu Raul Seixas. Em um período de mudanças. Era um momento em que as domésticas e os caminhoneiros eram as únicas pessoas que ouviam rock no país. Raul Seixas modificou essa história, dividindo os fãs brasileiros que puderam apreciar um novo estilo musical além das histórias da bossa nova e o ideal psicodélico do Tropicalismo.

Chega de papo furado. Abaixo você confere o maluco beleza cantando Judas. Acima de tudo um gênio da música brasileira.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Os esquecidos Beach Boys

A fascinação pelos velhos discos de vinil pode ser um tanto anacrônico para a maioria. Ainda assim, as visitas por sebos empoeirados de São Paulo às vezes me rendem aquisições bastante interessantes. Foi assim que eu descobri os Beach Boys. O disco eu nunca comprei; não tive coragem de gastar mais de 50 reais na velharia. Mas foi impossível ignorar o álbum que estava em minhas mãos.

Tratava-se do Pet Sounds, o mais famoso dessa banda tão importante e tão esquecida. Segundo a Rolling Stone americana, esse é o segundo melhor álbum da história o rock, logo à frente do Revolver e atrás do Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, ambos dos Beatles. Atualmente, quando os Beach boys são citados, logo se lembra de Surfing USA, hit clássico do início dos anos 60. Mas Pet Sounds vai além. As letras inocentes carregam uma melodia única, apesar dos arranjos que qualquer um pode perceber que já saíram de moda há mais de 50 anos.

E é por essa característica que a comparação com o quarteto de Liverpool torna-se inevitável. E com uma enorme vantagem para a banda americana. Sim, porque se os Beatles dependessem de Love Me Do e Cia, teriam caído no esquecimento em pouco tempo. Teriam sido uma espécie de Menudos da época. O que os eternizou foram álbuns como Sgt. Peppers ou Abbey Road, da segunda metade dos anos 60 e de canções inquestionáveis.

Mas quando se trata da fase Hard Days Night, os contemporâneos Beach Boys tinham músicas bem mais agradáveis aos ouvidos, musicas que encantam até hoje. Não é por acaso que Pet Sounds é tão bem conceituado no meio musical. Uma pena que os californianos não tenham a fama merecida por aqui.

Pra quem não conhece, God Only Knows, uma das mais belas faixas do Pet Sounds e figura carimbada em listas de melhores músicas da história do rock.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Para agradar quarentões



No próximo mês, o Whitesnake volta ao Brasil pela quarta vez para fazer cinco shows. A banda britânica foi criada pelo ex-vocalista do Deep Purple, David Cordale, em 1978. Apesar de já ter contado com a presença de três ex-integrantes do Deep Purple, o Whitesnake faz uma música considerada bem diferente da banda de origem e famosa por abordar temas românticos.


Cordale é o único integrante que se mantém na banda desde a formação original e já está em turnê com o novo álbum, “Good to be Bad”, que deve chegar às lojas no fim de abril. Os shows devem apresentar as novas canções, e relembrar antigos sucessos como “Is this love”, de 1987, “Love ain´t no Stranger”, de 1984.
As datas das apresentações são:

05/05 Manaus
06/05 Belo Horizonte
07/05 Rio de Janeiro
09/05 São Paulo
10/05 Curitiba

Assista “Here I go Again”, sucesso lançado em 1982:

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Quarentões de volta ao Brasil!


Após quase seis anos, é divulgado na coluna da Mônica Bérgamo que os quarentões do Red Hot Chili Peppers farão apresentações no Brasil. Locais e datas ainda não foram confirmados. Está será a sétima vez que o grupo californiano se apresenta em terras tupiniquins.


A última vinda da banda ao Brasil foi em outubro de 2002 e passou pelas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Nessa última passagem, o baixista Flea criticou, no site oficial do grupo, a capital paulista, evidenciando sua sujeira e poluição.

Já tocaram também em grandes festivais no Brasil como Hollywood Rock e Rock in Rio.
A turnê é do álbum duplo Stadium Arcadium, de 2006. São dois CD’s, o Mars e o Jupiter. Os singles Snow (Hey Oh) e Dani California ganham destaque. Mas os discos possuem desde baladinhas calmas até músicas agitadas, como Death of Martian e Hump De Bump, respectivamente.

O primeiro vídeo para divulgação foi da canção Dani California, a qual abre o CD duplo. Nesse clipe, algumas bandas importantes do cenário musical são homenageadas como Sex Pistols, Nirvana e Beatles.

Veja o clipe e descubra as outras bandas representadas!


domingo, 13 de abril de 2008

A progressão do rock

O Rock Progressivo é um estilo de música eclético e ambicioso. Seus artistas sempre buscaram romper as barreiras convencionais da música pop. A idéia era ‘progredir’ o rock n’roll convencional até um ponto em que ele se tornasse sofisticado como o jazz ou a música clássica. Por isso, muitos especialistas julgam o gênero como pretensioso e pomposo. Mas foi uma banda canadense que conseguiu unir a complexidade e a sonoridade de maneira perfeita.

O Rush foi formado no ano de 1968 em Sarnia, Ontário. Quem reuniu a primeira e a atual formação foi o baixista/tecladista/vocalista Geddy Lee, frontman da banda, que ainda hoje é ativa. Desde o ano de sua criação, Geddy e Alex Lifeson (guitarrista), colegas de escola, tocam juntos. Curiosamente, o nome Rush foi criado pelo irmão do primeiro baterista, John Rutsey, que se desentendeu com os demais integrantes e deu lugar a Neil Peart, também letrista, em 1974.

A banda é conhecida pela virtuosidade de seus três membros, muito habilidosos em seus respectivos instrumentos. Suas composições complexas, incluindo diversos jogos de ritmos e tonalidades são o carro-chefe da banda até hoje. No decorrer de seus 40 anos, o grupo recebeu diversos tipos de prêmios, incluindo a entrada no Canadian Music Hall of Fame, quatro nomeações ao Grammy, 14 discos de platina e 23 de ouro.

Seu primeiro cd, homônimo, foi lançado em 1974 sem o apoio de nenhuma gravadora. A repercussão nas rádios norte-americanas foi tamanha que a banda foi convidada para abrir os shows de diversas bandas que estavam no topo, na época. A gravadora Mercury relançou o álbum e deu início a suas primeiras turnês. Seu último e 31º disco, Snakes & Arrows, é de 2007.

Rush - YYZ (música feita com o código-morse do Aeroporto Internacional de Toronto)


sexta-feira, 11 de abril de 2008

Beatles is all we need


No meu post anterior, eu escrevi sobre um filme organizado pelos Rolling Stones, lançado em dezembro de 1968. Agora eu volto um pouco mais no tempo para relembrar um compacto dos Beatles. Estou falando do Magical Mystery Tour, álbum lançado em novembro de 67 nos EUA e utilizado como trilha sonora de um filme homônimo, apresentado ao público um mês depois da divulgação do LP.

O disco é sem dúvida um dos melhores da banda. A obra presenteia o público com músicas inéditas, como Hello Goodbye e I am the Walrus, e traz regravações de canções clássicas do grupo, é o caso de Penny Lane e Strawberry Fields Forever. Em Magical Mystery Tour encontramos também a famosa música All you need is love. Contudo, a canção já era conhecida pelo público, pois foi divulgada no dia 25 de junho de 1967, na primeira produção transmitida ao vivo via satélite, realizada pelo programa Our World. A transmissão foi feita para 26 países e atingiu 350 milhões de espectadores. Trata-se de uma obra indispensável não apenas para os fãs do conjunto, mas para os apreciadores de uma boa música.

Apesar do sucesso tanto do compacto quanto do filme, o momento psicológico da banda era delicado. Brian Epstein, empresário do grupo, foi encontrado morto em seu quarto, vítima de overdose, aos 32 anos. Após a morte de Brian, os Beatles decidiram por seguir o projeto do Magical Mystery Tour, dando seqüência ao rumo do conjunto.

Bom, o papo está muito bom, mas ainda não existe forma mais eficaz e agradável de entender Beatles do que ouví-los. Separei duas músicas do compacto em questão, uma de cada lado do LP. A primeira é I am the Walrus, composta por Joh Lennon. Gosto da música por ser tão confusa quanto agradável. A segunda canção é All you need is love, que não poderia faltar. O video encontrado aqui é o da apresentação no programa Our World. Aproveitem ...



I am the Walrus



All you need is love

Os melhores clipes dos anos 90

A MTV estreou nos EUA em 1981 e no Brasil em 1990 com a proposta de ter uma programação totalmente voltada à música. Os anos oitenta foram praticamente só desgraça em termos de clipes, mas na década seguinte algumas bandas (não por acaso as mais importantes da época) passaram a utilizar o vídeo não só para promover seus discos, mas também para fazer arte. Do flerte adolescente de “Dirty Boots” à auto-amputação de “Paranoid Android”, alguns dos clipes mais legais dos anos 90:



Sonic Youth - "Dirty Boots"



Smashing Pumpkins - "Thirty-Three"



Nirvana - "Heart-shaped Box"



Radiohead - "Paranoid Android"



Beck - "Sexx Laws"

Esqueci de algum????

terça-feira, 8 de abril de 2008

The New Yardbirds, aka Led Zeppelin



O ano era 1968, e a seminal banda de blues-rock Yardbirds tinha seus dias contados. O grupo que já teve em seu elenco Jimmy Page no contra-baixo e Eric Clapton e Jeff Beck dividindo as guitarras, havia se separado por não agüentar mais a estressante rotina de gravações e turnês.

Jimmy Page já tinha saído do baixo em 1966 para assumir as seis cordas ao lado do grande Jeff Beck e não queria acabar dessa forma uma história que fizera tanto sucesso em toda a Europa. Conseguiu, então, de seus antigos companheiros o direito de levar o nome Yardbirds.

Entre os anos de 66 e 68, vários músicos de renome, como Keith Moon e John Entwistle, do The Who, passaram pelo Yardbirds, mas apenas como uma forma de “quebra-galho”, até que em 1968, Jimmy Page sai em uma quase cruzada pela Inglaterra em busca de novos músicos.

Convidou seu antigo companheiro de trabalho, o tecladista e baixista John Paul Jones e o jovem vocalista de West Bromwich, Robert Plant, que chamava atenção por sua voz afeminada e seu jeito único de interpretar os clássicos da música negra americana.

Para assumir a bateria, Plant indicou um baterista de uma cidade vizinha, o lendário John Bonham, que apesar de jovem era bastante conhecido nos pubs ingleses.

Estava pronto o set do novo Yardbirds, que inevitavelmente mudou o nome para The New Yardbirds. Porém, a lenda diz que quando Keith Moon, baterista do The Who, ouviu a banda ensaiando pela primeira vez, disse que o som deles lembrava um zepelim de chumbo (lead zeppelin), que automaticamente virou o nome da banda, mas o a de lead foi tirado, para que os diferentes sotaques não transformassem a banda em “ Lid” Zeppelin. Nascia assim o Led Zeppelin, a inquestionável mais importante banda de rock n roll da história.

Logo abaixo está o áudio de um dos primeiros shows do Led Zeppelin com sua formação formalmente pronta (tanto os integrantes, quanto o nome) e já com contrato assinado com a Atlantic Records.
O show foi em 30 de dezembro de 1968 em Spokane, Washington, e a música é Dazed and Confused. Divirtam-se.


segunda-feira, 7 de abril de 2008

De volta ao Brasil



Os jamaicanos do The Skatalites, banda que fundou o ska, ritmo que mais tarde daria origem ao reggae, fazem hoje no Inferno Club, em São Paulo, o primeiro show de uma série de apresentações no Brasil. Eles tocam na capital paulista hoje e amanhã (7 e 8 de abril). Depois vão a Curitiba (dia 10) e Brasília (dia 12).

No ano passado eles estiveram por aqui. Fizeram três shows no Sesc Pompéia em maio e levaram o público ao delírio. Na primeira das apresentações, no teatro de arena do Sesc, foi gravado um DVD que será lançado hoje. Só pelo trailer já dá pra ver que coisa boa vem por aí:




A banda:
O surgimento do Ska coincidiu com o período da independência Jamaicana, em 1962. O momento de euforia vivido no país fez com que nos anos seguintes a tal acontecimento despontassem grandes nomes da música da ex-colônia britânica, como Don Drummond (ex-trombonista e um dos fundadores do Skatalites), Alton Ellis, Ken Boothe, Phyllis Dillon, Toots and the Maytals, entre outros. Nomes que mais tarde ganhariam peso, fãs e fama na antiga metrópole e no resto do mundo.

Eles aprenderam a tocar juntos, no orfanato Alpha Boys School, em Kingston, capital jamaicana, em 1963. Criaram o seu estilo próprio (o ska) e influenciaram diversos músicos da ilha. O exemplo de um aprendiz que ganhou fama é o cultuado Bob Marley. Desde então tiveram diversas formações, ficaram um bom tempo sepadardos e focados em suas carreiras solo de sucesso e desde 1984 voltaram a tocar e não pararam mais. Da formação original, estarão presentes no show de hoje o saxofonista Lester Sterling, a vocalista Doreen Shaffer e o baterista Lloyd Knibb. Mas saber que não são os Skatalites origniais não é má notícia, uma vez que os integrantes atuais são músicos experientes e prestigiados pelos fãs do ska. Um verdadeiro "Dream Team". O destaque fica para o retorno do sax tenor Cedric "IM" Brooks, que estava morando na Etiópia e não esteve no Brasil ano passado.
Em 44 anos de banda, o Skatalites já concorreu a dois prêmios Grammy por melhor disco de Reggae, em 1995 ( Hi Bop Ska) e em 1996 (Greetings from Skamania).
Em 2007 eles lançaram o disco On the Right Track e gravaram com Ben Harper a faixa Be my Gest para o cd Going Home, cujos fundos são destinados a vítimas do Furacão Katrina.

Portanto, se gosta de boa música, principalmente instrumental, com toques de jazz, blues e ritmos caribenhos, não perca. Não se sabe se ano que vem teremos a sorte de vê-los de novo.

Na tarde de hoje ainda há ingressos disponíveis para as duas apresentações.

Informações:

The Skatalites

7 e 8 de abril
Abertura:
FirebugDJs: Y&M (7/4) e Babylon (8/4)

Local: Inferno Club, Rua Augusta, 501, Consolação.
Onde Comprar:
Por R$50,00 - Colex (24 de Maio, 116 - Lj. 33)
Por R$ 70, 00 - Trezeta Musik (Augusta, 2203 - Lj. 7) e Estrondo (24 de Maio, 62 - Lj. 342)
Por R$100,00 - Na porta

Hotsite do show, onde é possível ouvir alguns dos sons que deverão estar na setlist dos shows. Alguns deles são as excelentes Latin Goes Ska, Guns of Navarone e Phoenix City.

Se você for, nos vemos lá.
Se não, amanhã postarei aqui um comentário sobre o show.
Até mais!

sábado, 5 de abril de 2008

Respeitável Público


Esqueça os palhaços, os trapezistas e os mágicos. Circo tem que ter é música. Pelo menos é o que achava a banda Rolling Stones quando organizou um concerto em dezembro de 1968. Durante os dias 11 e 12 daquele mês, a banda se juntou à artistas como Eric Clapton, The Who, Taj Mahal, Marianne Faithfull, Jethro Tull, Jimi Hendrix e John Lennon para realizar um “show” com doze músicas imperdíveis não apenas para quem gosta desses músicos, mas para todos que apreciam o espírito único da época, momento em que os arranjos melosos abriam espaço para os solos diferenciados da guitarra. Foi o The Rolling Stones Rock and Roll Circus.

O interessante é que apesar de ter sido gravado há 40 anos, o público só teve acesso ao material em 1996. Isso porque Mick Jagger ficou desapontado com o resultado final. O problema é que o concerto foi longo, teve início ás 14:00 do dia 11 e terminou ás 5:00 da manhã do dia seguinte. Mick Jagger era o único que permanecia pulando ao término da última canção. Resolveu-se então não lançar o programa na tv, algo originalmente previsto pela BBC, e só foi divulgado quase 30 anos depois.

Bom, é verdade que nem todas as músicas apresentadas no espetáculo são memoráveis. A participação de Yoko cantando Whole Lotta Yoko, por exemplo, é totalmente dispensável. Mas o simples fato de podemos ouvir esses ícones reunidos já é motivo de apreciá-lo. Sobretudo quando nos deparamos com grandes apresentações, caso da banda The Who quando tocaram a música A Quick One While He’s Away.

Abaixo, você encontra o vídeo do ponto alto do concerto. Uma apresentação do grupo Dirty Mac, formado por John Lennon, Eric Clapton e Mitch Mitchell. Eles tocaram com maestria e emoção a canção Yer Blues dos Beatles. Uma obra de arte encontrada na mega-apresentação.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Vovôs de batom


Eles usavam maquiagem, salto alto, cabelões, roupas justas e estampas de oncinha. Mas eram heterossexuais, briguentos e tocavam um rock vigoroso, com um pé nos anos 50 e outro no punk que começava a nascer no underground americano. Formado pelo vocalista David Johansen, os guitarristas Johnny Thunders e Sylvain Sylvain, o baixista Arthur “Killer” Kane e o baterista Billy Murcia (que morreu em 1972 e foi substituído por Jerry Nolan), o New York Dolls surgiu em 1971 no circuito CBGB’s/ Max’s Kansas City, clubes de rock nova-iorquinos de onde saíram nomes como Iggy Pop & The Stooges, Patti Smith, Television.
De 1971 a 1974, a banda lançou dois discos (New York Dolls, que trazia as clássicas “Personality Crises” e “Looking for a Kiss”, e Too Much Too Soon), foi clicada pelas lentes de Bob Gruen e virou tema de documentário dirigido pelo fotógrafo.
Mas aí Malcom McLaren entrou na jogada. Figurinha que ficaria conhecida no mundo da música alguns anos depois, quando fabricou a lendária banda punk Sex Pistols, esse inglês era até então apenas o proprietário de uma loja de roupas casado com a estilista Vivienne Westwood. Numa viagem para Nova York, se encantou com a cena musical dos clubes de rock e decidiu ampliar seus negócios, tornando-se o empresário dos Dolls. Mistura de jogada de marketing e agitação política, McLaren decidiu que a partir de então eles trocariam as roupas femininas por trajes de vinil vermelho e passariam a se apresentar tendo uma bandeira comunista ao fundo. Essas idéias “brilhantes” somadas a desentendimentos internos por causa do abuso de drogas de alguns membros sepultaram o grupo.
Até que, em 2004, resolveram ressucitá-lo. Thunders e Nolan já haviam morrido e Kane faleceu logo após o primeiro show do revival, mas Johansen e Sylvain resolveram continuar a empreitada. Lançaram One Day It Will Please Us to Remember Even This em 2006 e saíram em turnê. A próxima parada das bonecas nova-iorquinas é em São Paulo, para uma apresentação dia 10 de abril no Hangar 110, com abertura dos Forgotten Boys e ingressos a 160 reais (!!!).
Toparia desembolsar essa pequena fortuna, mas, por incompatibilidade entre o horário do show e a hora que eu saio do trabalho, não poderei ir – aliás, um momento de indignação: como assim marcar show de rock pras oito da noite???
Por isso, peço ajuda de terceiros para responder a pergunta que não quer calar: David Johansen ainda consegue se equilibrar sobre saltos plataforma?

Enquanto isso, um pouco do velho New York Dolls:

terça-feira, 25 de março de 2008

 
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